segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
On 16:35 by UAN Noticias No comments
O desfile das escolas
de samba do Rio de Janeiro é organizado como uma disputa de campeonato. Há o
Grupo Especial, espécie de primeira divisão. a Série A e os Grupos B, C e D. Ao
longo dos anos os nomes dos grupos, número de escolas participantes e regras de
competição foram alteradas. O primeiro desfile oficial e concurso ocorreu no
carnaval do ano de 1932, e foi vencido pela Estação Primeira de Mangueira.
Os desfiles eram
realizados no domingo de carnaval, na Praça Onze. Em 1942, com as obras da
avenida Presidente Vargas, o desfile mudou de local. Em 1945 foi realizado no
Estádio São Januário. A partir de 1947 na avenida Presidente Vargas. A partir
de 1952 são montadas arquibancadas para o público assistir aos desfiles. Em
1961 os desfiles passam a ser um evento com cobrança de ingresso do público. Em
1974, devido às obras do metrô, foi realizado na avenida Presidente Antônio
Carlos. Em 1978 ocorre a mudança para a rua Marquês de Sapucaí.
Em 1983, o
então governador, Leonel Brizola, encomendou a Oscar Niemeyer o projeto de um
local definitivo para os desfiles, já que até então as arquibancadas eram
montadas na época do carnaval e depois desmontadas.
O local escolhido foi a
própria Marquês de Sapucaí, que passou a ser usada exclusivamente para o
desfile, ficando fechada para o tráfego. Foi inaugurada em 2 de março de 1984 e
passou a ser conhecido popularmente como 'Sambódromo', embora seu nome oficial
fosse Passarela do Samba. No primeiro ano de desfile na nova passarela, havia
uma modificação nos desfiles, que no final da passarela, em forma de praça,
deveriam conter uma 'apoteose'. O local, de fato, ficou conhecido como praça da
apoteose. Essa prática foi abandonada nos anos seguintes, e essa praça é usada
hoje para eventos de música.
Em 18 de fevereiro de
1997 o nome foi mudado para Passarela Professor Darcy Ribeiro, em homenagem ao
idealizador do projeto. O nome popular 'Sambódromo' prevaleceu, no entanto.
Com o aumento do número
de escolas e do número de componentes em cada uma, o que tornou o desfile mais
longo e cansativo para o público, em 1984 o desfile passou a ser realizado em
dois dias: domingo e segunda-feira. No primeiro ano foram proclamadas as
campeãs de cada dia desfile e a supercampeã, que foi a Mangueira, num resultado
geral do desfile das campeãs, realizado no sábado seguinte. Porém essa prática
não teve sucesso, motivo pelo qual a Estação Primeira de Mangueira se tornou a
única supercampeã da história.
As escolas tem seus
componentes divididos em grupos ou alas, e cada ala tem a mesma fantasia,
dentro do enredo trazido, uma bateria que são os ritmistas que tocam os
instrumentos de percussão, uma ala de baianas, figura tradicional do carnaval
carioca, ala de crianças, uma comissão de frente, formado por 15 pessoas em
média que vem na frente da escola, em geral com uma apresentação teatral ou
coreográfica, as alegorias, que são os carros alegóricos, onde estão os
destaques, figuras centrais do enredo, os passistas que são os componentes que
desfilam "sambando no pé", já que as alas evoluem e não sambam,
algumas apresentam coreografias ensaiadas, e atualmente os componentes dos
carros também podem apresentar coreografias, os diretores de harmonia, que são
elementos responsáveis pela organização do desfile, o casal de mestre-sala e
porta-bandeira, responsáveis pela condução do pavilhão da escola, se apresentam
ricamente trajados e bailando, sendo que todos os componentes cantam o samba
enredo em uníssono, liderados pelo cantor oficial da escola, o
"puxador".
O desfile do Grupo
Especial e da Série A (fusão dos Grupos de acesso A e B), acontecem no
Sambódromo. Já os desfiles dos Grupos de acesso C, D e E, (agora B, C, D)
acontecem na Estrada Intendente Magalhães onde são montadas arquibancadas para
o público. Cada uma tem um tempo de desfile que pode variar de 80 minutos paras
as do grupo especial, que chega a ter 5000 componentes, a 30 minutos que é o
caso das escolas menores, que não chega a reunir 300 componentes.
As escolas do Grupo
Especial fazem o desfile da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de
Janeiro em dois dias de desfile (domingo e segunda-feira). já o desfile da
Série A acontece na sexta e sábado de carnaval. fazem o desfile de uma nova
instituição carnavalesca, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que
antes eram Grupos de acesso A e B. além dos demais grupos são organizados pela
Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro, sendo que antes
eram chamados de Grupo Rio de Janeiro. Na terça-feira acontece o desfile das
escolas de samba mirins, organizada pela Aesm-RIO.
A apuração das notas
das escolas de samba do Grupo Especial é realizada na quarta-feira de cinzas;
declara-se a campeã e a última colocada é rebaixada para o Grupo de acesso A.
As seis melhores colocadas voltam à Marquês de Sapucaí no sábado seguinte para
o Desfile das Campeãs. Da mesma forma o Grupos de acesso A, que eram realizados
após a apuração do especial, onde declara-se a campeã (a primeira sobe para o
grupo imediatamente superior) e 1 que será rebaixada para o Grupo de acesso B,
que subirá a primeira para o grupo imediatamente superior, assim vale para os
outros grupos C e D e o grupo E, onde as últimas colocadas ficavam de fora e
que passam a ser blocos, que com asubida de duas escolas da elite dos blocos
passam a serem escolas de samba. Para 2011, os grupos A, B, C, D e E passaram a
subir apenas 1 escola, por intervenção da RIOTUR para a diminuição das mesmas.
Após incêndio na Cidade do Samba,onde três escolas que tiveram seus barracões
incendiados, passando a não competir. ficou decidido o não rebaixamento de
nenhuma escola e subindo uma do grupo de acesso , voltando a ter treze
agremiações no carnaval 2012. com o advento da Série A, que inicialmente se
terá 19 escolas. em 2013, faz com que permaneça apenas uma subindo ao especial
e três diretamente ao novo Grupo B e havia um projeto, pra que os desfiles dos
Grupos B, C e D fossem realizados fora da Intendente Magalhães .
No carnaval 2015, ia se
promover o retorno do Grupo E, como uma medida que visava acabar com o
acesso-descenso para os blocos de enredo. mas isso não saiu do papel o que
ficou somente foi o Grupo B, com dois dias semelhante aos Grupos Especial e
Série A, em dois dias.
Anos 20
Nos anos 20, os ranchos
eram a maior atração do carnaval de rua, desfilavam na Av. Rio Branco, e seus
componentes eram oriundos da classe média, já a população mais pobre que não
desfilava nos ranchos devido ao custo alto das fantasias, saía nos blocos e nos
cordões, formada por negros oriundos principalmente da Bahia, que moravam na
região da Saúde, e se apresentavam principalmente na Praça Onze e arredores, ao
som da batucada, um ritmo de origem africana, com elementos do candomblé.
Nessa época surgem os
"blocos de sujo", que saíam durante o dia, esse nome se deve ao fato
de que os integrantes iam direto do trabalho para o bloco sem tomar banho, os
componentes usavam fantasias improvisadas, feitas de lençóis, e com máscaras
parecendo caveiras (denominados clóvis), e os blocos de sujo possuíam na
abertura do desfile um grupo de foliões com máscaras de rosto de idosos,
chamava-se cordões de velhos, isso seria o embrião das comissões de frente das
futuras escolas de samba.
Muitos homens se
vestiam de mulher e mulheres de homem, e essa tradição de inversão de papéis
sexuais no carnaval daria origem anos mais tarde ao bloco das piranhas, em que
homens se apresentam vestido de mulher, ainda comum nos dias de hoje no
carnaval dos subúrbios carioca.
As agremiações começam
a se organizar. No Estácio, bairro próximo ao Centro do Rio de Janeiro,
considerado o berço das escolas de samba, surge o A União Faz a Força, cujas
cores vermelha e branca era uma alusão ao América Futebol Clube, fazendo parte
do União figuras da cultura popular como: Bide, Ismael Silva e Newton Bastos. O
bloco durou até 1927, quando morreu seu líder, o Mano Rubem.
A batucada era
acompanhado por instrumentos de percussão muitos oriundos da África e de seus
ritos religiosos como o candomblé, sendo que muitos instrumentos eram
improvisados de utensílios domésticos como o prato, frigideira e faca, até hoje
usados nas baterias das escolas de samba, e também se usava instrumentos de
corda como cavaquinho e violão, e também outros como chocalho e pandeiro.
Em 1928, substituindo o
A União Faz a Força, surge o Deixa Falar, cujas reuniões ocorriam em frente à
Escola Normal no Largo do Estácio (hoje encontra-se na rua Mariz e Barros, na
Tijuca),daí o batismo da nova agremiação como Escola de Samba. Hoje, a Deixa
Falar é considerada a primeira escola de samba, apesar de haver dúvidas se ela
realmente foi uma escola ou um bloco carnavalesco.
O samba, que na época
já era um ritmo musical muito popular ganhava cada vez mais espaço nos salões
de dança e no próprio carnaval, principalmente a partir de 1917, quando Donga registra na
Biblioteca Nacional o samba Pelo telefone, sendo o primeiro samba gravado da
história. Pelo Telefone teve êxito extraordinário no Carnaval de 1918, cantado
por vários blocos, cordões e até pelas grandes sociedades.
Porém na época, o samba
se parecia com o maxixe, que era um ritmo muito popular naquela época. O grupo
da Deixa Falar cria um novo formato de samba inventando um novo instrumento de
percussão, o surdo de marcação, de autoria de Bide, que aproveitou um latão de
manteiga de 20 kg, abriu os dois lados da lata, cobriu com um pedaço de
papel de saco de cimento levemente aquecido e umedecido, preso por um grosso
arame. Surgia o surdo de marcação que viria a ser o principal instrumento de
marcação das baterias. Esse episódio foi apresentado pelas carnavalescas Rosa
Magalhães e Lícia Lacerda em 1982, no inesquecível desfile da Império Serrano
Bumbum Paticumbum Prugurundum.
Foi Bide também que
modificou a estrutura dos sambas que até então tinha uma letra improvisada,
sendo que só o refrão era fixo, a partir dessa época o samba passa a ter a sua
segunda parte composta.
No final dos anos 20 o
carnaval popular se expandia por outras áreas da cidade, como o morro da
Mangueira e seus arredores, onde apareciam blocos e cordões, revelando artistas
como Cartola e Carlos Cachaça, dentre outros, com agremiações oriundas do
entrudo, como as Guerreiros da Montanha e Trunfos da Mangueira, muitos deles
eram rivais sendo comum as brigas entre seus componentes.
Foi em 1925 que Cartola
cria o Bloco dos Arengueiros, que reunia os jovens arruaceiros do morrro, que
pelo mal-comportamento, eram impedidos de sair nos blocos "de
família". Só em 1928, Cartola dissolve os Arengueiros para criar a Escola
de Samba Estação Primeira de Mangueira, formada pela união dos Arengueiros com
os vários blocos e cordões locais. Inicialmente conhecida como A Escola de
Samba, depois como Estação Primeira e finalmente como Mangueira, seu primeiro
desfile ocorre em 1930. Cartola é o responsável pela escolha da cores verde e
rosa para o pavilhão da escola e o cantor Sílvio Caldas, amigo de Cartola,
manda aprimorar o surdo de marcação, com corpo de madeira e usa couro de
cabrito, dando de presente para a Mangueira, a figura do surdo se torna o
símbolo da agremiação, e a bateria da escola se torna inconfundível por ser a
única a tocar o surdo de marcação sem resposta, característica herdada dessa
época.
Em outra regiões da
cidade as agremiações se organizam, como a Vai como Pode do subúrbio de Oswaldo
Cruz, fundada em 1923 pelo sambista Paulo da Portela, que ainda na década de 30
passaria a se chamar Portela, nome da estrada em que se localizava sua sede. Na
Tijuca, zona norte da cidade surge em 1931 a Unidos da Tijuca e em 1933, na
região portuária da Gamboa, a Vizinha Faladeira, que iria ser responsável pela
introdução do luxo nos desfiles das escolas de samba. Como a maioria dos
sambistas eram negros
e das camadas sociais mais populares, boa parte das escolas de samba se
originaram dos morros cariocas, onde em geral moravam.
Anos 30 aos 50
Nos primeiros anos da
década de 30, os desfiles da escolas de samba eram desorganizados; ainda não
havia horário, itinerário, disputa ou premiação. Antes de 1935, o importante
era que os grupos passassem pela Praça Onze e pelas casas das tias baianas,
respeitadas como as mães do samba e do carnaval popular, principalmente Tia
Ciata, a mais famosa e respeitada de todas elas, representadas até hoje nos
desfiles pela ala das baianas das escolas.
O responsável por essa
organização foi Zé Espinguela, da Mangueira. O sucesso dos desfiles na Praça
Onze atraiu patrocínio de jornais da época, começando a cobertura jornalística
dos desfiles. Já em 1935, Pedro Ernesto, prefeito do Rio de Janeiro, legaliza
as escolas e oficializa os desfiles de rua, criando a sigla GRES (Grêmio
Recreativo Escola de Samba) usadas pela maioria das agremiações. A primeira
campeã foi a Portela, cores azul
e branco
que até o final da década de 40 se revezava nos primeiros lugares com a
Mangueira.
As escolas passaram a
ter regulamento para os desfiles, como a que exigia temas de enredo que
contassem a História do Brasil. Essa exigência alterou as estruturas dos
sambas-enredo, que começaram a apresentar letras enormes, descritivas,
praticamente contando a história do episódio retratado e muitas vezes com
equívocos e contradições. Surgiu daí a expressão samba do crioulo doido, uma
alusão às gafes nas letras e aos compositores, que em geral eram negros e - na
maioria das vezes - analfabetos. Décadas mais tarde, Stanislaw Ponte Preta,
imortalizaria a expressão em canção que ficou muito famosa.
Com a demolição da
Praça Onze para a recém inaugurada avenida Presidente Vargas, no início dos
anos 40, os desfiles cresciam em tamanho e importância, superando os ranchos e
as grandes sociedades carnavalescas e criando uma nova cultura do samba.
Com a oficialização das
escolas, os sambistas de todas as regiões da cidade, e de pequenos municípios
vizinhos organizaram novos grupos em suas comunidades aumentando o número de
escolas, como a Prazer da Serrinha de Vaz Lobo, que em 1947 daria origem a
Império Serrano, escola que iria quebrar a hegemonia da Mangueira e da Portela.
Nos primeiros anos de
desfiles o público se aglomerava nas calçadas para ver o desfile, enquanto
autoridades e jurados viam o desfile em pequenos palanques de madeira,
especialmente instalados para a ocasião. Em pouco tempo os espectadores traziam
caixotes de madeira nos quais subiam para obter uma visão melhor do espetáculo.
Por sua vez, a Prefeitura passou a instalar tablados rudimentares de madeira, com
degraus de onde se podia assistir ao desfile em pé. A medida foi insuficiente
para o público crescente e logo a prefeitura começou a instalar arquibancadas.
Nos primeiros anos a
classe média não se interessava pelos desfiles, começando a se chegar em meados
dos anos 40. Por sua vez, a Prefeitura passou a cobrar ingressos para o desfile
e os que não podiam pagar aglomeravam-se nos locais de concentração e dispersão
das escolas. Ao mesmo tempo, melhorava a organização, com a construção de
barracões com chão de terra batida para seus ensaios (quadras). Cresciam também
em número de integrantes, o que levou o surgimento das alas, que tinham
estatuto e presidente próprios.
Entre o final dos anos
40 e anos 50, os desfiles revelavam as primeiras estrelas das escolas, como
mestres-salas e porta-bandeiras que criavam coreografias especiais para o
desfile e que passaram a ser reconhecidos pelo público, como as porta-bandeiras
Mocinha e Neide da Mangueira, Vilma na Portela e o mestre-sala Bicho Novo, do
Estácio. As cabrochas, que eram as passistas que sambavam no pé, encantavam o
público pela sua arte e beleza. Algumas ganharam fama, como Paula e Narcisa do
Salgueiro e Maria Lata d'Água, da Portela, que sambava carregando um latão de
banha cheio de água na cabeça, mostrando a marca do bom-humor carioca em lidar
com as vicissitudes.
já que a maioria dos componentes das escolas eram
oriundos dos morros cariocas, onde não havia água canalizada na época,
obrigando os sambistas a subir as ladeiras com latas de água nas cabeças para
abastecer seus barracos. Nos barracões das escolas funcionavam oficinas em que
se criavam alegorias em "papel carne-seca" (técnica adaptada do machê
francês) e fantasias, que se tornavam melhores a cada ano, usando as cores das
escolas que, por sua vez, arregimentavam torcedores tão entusiastas quanto as
dos times de futebol.
Em 1954 a união de três
escolas de samba do Morro do Salgueiro na Tijuca, zona norte do Rio, faz surgir
a Salgueiro, escola que iria trazer mudanças profundas nos desfiles. Foi a
primeira escola a fazer enredos que colocassem os negros em destaque e não na
figuração, como em 1957 com Navio Negreiro e o desfile, que até então era
confeccionado por pessoas da própria comunidade, passa a ser de
responsabilidade de artistas plásticos.
Surge então a figura do carnavalesco,
em enredo sob a batuta dos artistas plásticos Dirceu Nery e Marie Louise Nery
da Escola Nacional de Belas Artes, a Salgueiro traz em 1959 o enredo Viagens
pitorescas do Brasil - Debret,
que obteve o vice campeonato, abolindo nesse desfile as cordas laterais que
distanciavam o público de seus desfiles, dentre os jurados desse ano estava o
Professor Fernando Pamplona, da Escola Nacional de Belas Artes, que empolgado
com o desfile iria a partir daquele ano ser a principal figura de transformação
da estética dos desfiles, trazendo para o Salgueiro um grupo de profissionais
que iria redefinir a estética do carnaval, que foram: Arlindo Rodrigues, Maria
Augusta, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, dentre outros.
Anos 60
Mas as escolas não só
sobreviveram à demolição da Praça Onze como irá ver nos anos 60 sua ascensão
definitiva. Os desfiles passaram a render dinheiro e prestígio para muita
gente. Os ingressos passam a ser muito procurados. As grandes torcidas faziam
festa nos desfiles, muitas vezes levando sua escola ao campeonato.
A alta sociedade
carioca e os mais famosos artistas da época passaram a prestigiar os desfiles.
A integração de pessoas das camadas sociais mais abastadas nos desfiles teve
seu início no desfile da Mangueira: Conhecida como "Gigi da
Mangueira", uma jovem pertencente a tradicional família da alta sociedade,
se tornou a primeira passista de fora da comunidade da escola.
Do Salgueiro,
Isabel Valença foi a primeira cidadã afro-brasileira a concorrer no baile mais
luxuoso da cidade, o baile de carnaval do Teatro Municipal, disputando e
vencendo o concurso de fantasias que acontecia durante o baile, numa belíssima
representação de Chica da Silva, enredo da escola em 1963, em um desfile
memorável, a vermelho e branco da Tijuca revoluciona o carnaval com um samba
enredo diferente, onde a letra ao contrário do que se fazia, era bem cuidada,
sucinta e com grande fidelidade aos fatos históricos, e nesse desfile
apresentou inovações como ala de passo marcado dançando o minueto, ensaiados
pela coreógrafa do Teatro Municipal, Mercedes Batista, uma obra prima dos
artistas Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona, que iriam homenagear em anos seguintes,
personagens esquecidos de história do Brasil como: Zumbi dos Palmares, Chico
Rei e Dona Beija, mudando a estética dos enredos que até então exaltavam a
história oficial, um estupendo sucesso que causou a indignação dos sambistas
conhecidos como "puristas" que acreditavam que essas inovações iriam
acabar com o samba.
As escolas de samba colaboraram de certo modo para integrar
as diferentes camadas sociais, nos anos seguintes as escolas saiam da
exclusividade de suas comunidades e abriam espaços para pessoas de fora, o que
iria ser um fator que nos anos seguintes levariam a ser o super espetáculo a
qual se tornou.
Anos 70 - As escolas de
samba agigantam-se
O crescimento
vertiginoso das escolas de samba trouxe muitos e novos problemas para os
desfiles, faltava disciplina e organização que causava enormes atrasos, criando
intervalos de horas entre a passagem das escolas; em 1975 o desfile, que
deveria terminar ao amanhecer do dia seguinte, atravessou a manhã, indo
terminar sob o calor de 40 ºC às duas horas da tarde do dia seguinte em
pleno verão carioca, deixando seus integrantes e público cansados com as muitas
horas de duração. Nessa época era comum que o público saísse sambando atrás da
escola que desfilava por último, a Mocidade Independente, que possuía a mais
famosa bateria, sob a regência de Mestre André, tornou-se tradicional,
introduziu as "paradinhas", que consistiam em dado momento os
ritmistas pararem de tocar os instrumentos por alguns segundos, e depois
retomando o ritmo em plena harmonia com o canto, o que causava grande efeito e
levava o público ao delírio.
Os equipamentos de som
ainda eram precários e, criando sérios problemas na harmonia dos desfiles, o
eco criado pelo corredor de edifícios da avenida fazia com que as escolas
maiores "atravessassem" o samba (quando acontece de uma parte da
escola está cantando uma parte do samba e a outra parte um trecho diferente),
perdendo pontos na apuração dos resultados, algumas vezes as luzes se apagavam
no meio dos desfiles.
As falhas técnicas
durante os desfiles passaram a ser a causa de polêmicas nas apurações, escolas
como a Portela, já reunia naquele tempo, dois mil componentes.
E nos anos 70, as
emissoras de rádio e televisão transmitiam os desfiles obtendo grande receita
mas sem beneficiar as escolas, agências de turismo,que começavam a vender
"pacotes de carnaval" para brasileiros e estrangeiros.Nestes incluíam
ingressos para os desfiles das escolas.
Os sambas-enredo, que
até os anos 60 eram cantados só na avenida, passaram a ser gravados em LPs que
sempre alcançavam grandes vendagens, fato que repercutiu diretamente nas
quadras das escolas. A escolha do samba-enredo que, até então, eram pacíficas,
começou a despertar interesse do público e viraram motivo de sérias disputas na
alas de compositores, que recebiam parte do lucro pelas vendagens dos discos.
As arquibancadas eram
montadas e desmontadas todos anos só nos anos 80 foi erguido o Sambódromo,
local definitivo para os desfiles, cujo modelo foi copiado por cidades de todo
Brasil.
Os anos 70 marcaram,
também, a ascensão definitiva da figura do carnavalesco. A estética, a
criatividade e o esmero na confecção de fantasias, adereços e alegorias
passaram a valer pontos decisivos na hora da apuração do concurso, além de
causar verdadeiro deslumbramento durante os desfiles. Destacando-se entre
vários talentosos, Joãozinho Trinta, aluno de Fernando Pamplona, que se
destacava pelo talento e temperamento polêmico, trabalhou no Salgueiro onde
fora bicampeão, com um enredo que falava das minas do Rei Salomão, que na época
recebeu acusações das outras escolas de contrariar o regulamento, já que
proibia temas que não fossem brasileiros, mas que na versão do carnavalesco
baseada em lendas, o Rei Salomão teria navegado em galeras da Fenícia até o
Amazonas muitos séculos antes de Cabral, nesse desfile de forte impacto,
viam-se elementos nunca mostrados, uma comissão de frente formado por bigas e
símbolos fenícios, com todos os destaques sobre os carros alegóricos (até então
os destaques vinham no chão) e como a escola desfilou de dia, ele substitui
materiais como lamê e paetê, por espelhos, que causou forte impacto visual.
Mas
apesar do sucesso, Joãozinho Trinta se transferiu para a pequena e desconhecida
Beija Flor de Nilopólis, que era uma pequena escola do Município de Nilópolis,
na Baixada Fluminense, e traz um memorável carnaval em 1976, homenageando o
jogo do bicho, episódio que também foi polêmico, afinal o jogo era proibido e
considerado contravenção, seus críticos o acusaram de fazer apologia ao crime,
mas a grandiosidade do espetáculo lhe valeu a fama de mago do carnaval. A
superioridade dos desfiles da escola de Nilópolis, causou reações e críticas
contra o chamado luxo excessivo, Joãosinho Trinta respondeu aos críticos com
uma frase que se tornou antológica:
Por outro lado, em
1975, um grupo de descontentes da Portela liderado pelo compositor Candeia,
funda a escola de samba Quilombo, que tem como proposta manter as tradições das
escolas de samba, rejeitando essa estética acadêmica, valorizando a cultura
negra, em seu estatuto que estabelecia os objetivos da agremiação afirmava
"A Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o
samba se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar
a cultura de nosso povo"… Candeia morreu em 1978 e a Quilombo desfilou até
2002.
A partir dos anos 80 -
a era Sambódromo
No início dos anos 80 o
desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro já era uma instituição nacional
e na maior fonte de captação de dólares do setor de turismo. Em 1982, Leonel
Brizola que era o então governador do estado,juntamente como o seu vice Darcy
Ribeiro, tiveram a ideia de criar um espaço fixo e definitivo para os desfiles
de carnaval, devido a importância cultural do evento e acabar com a estrutura
provisória de todos os anos.
Encomendou ao arquiteto
Oscar Niemeyer projeto que aumentasse em cinco vezes a capacidade do público e
que durante o ano pudesse abrigar uma escola e ainda tivesse um espaço para o
Museu do Carnaval, para a preservação da história do carnaval.
Ao mesmo tempo em que
isso acontecia as direções das escolas de samba resolveram organizar os
desfiles e assim nasceu a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de
Janeiro em 1984, formada por dez escolas do grupo 1, que romperam com a
Associação das Escolas de Samba, já que na estrutura da Associação elas tinham
o peso de escolas menores. A Liga passou a dividir o desfile das grandes
escolas em dois dias (domingo e segunda feira de carnaval),assinou contrato com
emissoras de televisão que começaram a pagar pela transmissão dos desfiles,
instituiu o merchandising e passou a receber porcentagem na venda dos
ingressos. Com o novo rendimento, as quadras das escolas foram modernizadas que
passaram a ter infraestrutura e a gerar lucro,já que as quadras sediam eventos
durante o ano inteiro.
O carnaval se
profissionaliza e as posições de mestre-sala e porta-bandeira, diretor de
bateria e harmonia, puxador e carnavalesco.As escolas se ampliam,deixando de
ser compostas somente por suas comunidades e assim as fantasias passam a ser
comercializadas para a comunidade externa o que atrai um grande número de
turistas,tanto brasileiros e estrangeiros.Além é claro de celebridades que
passam a usar os desfiles para a auto-promoção e uma maior exposição na
mídia,juntamente com a criação do cobiçado cargo de madrinha de bateria.
No final dos anos 80 as
escolas de samba do Rio de Janeiro se profissionalizaram e a movimentação
financeira passa facilmente dos US$ 100 milhões, gerando cerca de 30 mil
empregos diretos e indiretos na cidade, além de uma rede de micro e pequenas
empresas de apoio ao carnaval.
As comunidades das
escolas se beneficiam desse crescimento, com rendimentos e a organização dentro
de suas quadras, possibilitaram a criação de serviços de assistência, cursos
profissionalizantes e a prática de esportes e muitas outras atividades sociais
que ocorrem em várias agremiações, exemplo disso é a Vila Olímpica da Mangueira
que tem como ponto alto um projeto de esportes, que tem revelado atletas
olímpicos. Joãozinho Trinta recebia críticas de que a Beija Flor era um luxo e
Nilópolis um lixo, então cria o Projeto Mutirão, que visa a melhoria de
qualidade de vida no pequeno município da Baixada Fluminense, com ações
envolvendo a população e prefeitura, em alguns anos, Nilópolis se torna o
município com os melhores indicadores sociais da Baixada.
Os desfiles ganham fama
mundial, com organização, com cronometragem e raríssimos incidentes, contam
hoje com moderno sistema de som, que impede o atravessamento do samba e sistema
de iluminação que valoriza a cenografia do desfile,exportando o conceito para
fora do país. Nos dois dias de desfile das principais escolas, desfilando pela
passarela cerca de 100 mil figurantes.O desfile é transmitido para fora do
Brasil,com um público potencial de mais de 2 bilhões de pessoas.
As escolas passam a
reunir uma média de 3 a 5 mil componentes, os carros alegóricos cada vez
maiores e com muitos efeitos.Nesse período,novas escolas surgiram entre as
grandes e outras se tornaram decadentes, Joãozinho Trinta continuava a brilhar
e seu estilo é seguido por outros artistas, no final dos anos 80 as escolas
ficam muito parecidas, apresentando fantasias cada vez mais luxuosas e grandes
carros alegóricos, mas o próprio Joãozinho Trinta quebra este paradigma ao
trazer em 1989 na Beija-Flor de Nilópolis aquela que é considerada a maior
polêmica da história dos desfiles, um enredo chamado Ratos e urubus larguem
minha fantasia, falando do lixo que se torna luxo,causando um choque,já que a
Beija-Flor era conhecida por seu luxo, com uma comissão de frente formada por
mendigos e com muitas alas e alegorias esfarrapadas,o que causou perplexidade,
um dos momentos mais inesquecíveis do carnaval carioca. No abre alas uma
escultura coberta por sacos de lixo escondia um Cristo Redentor vestido como um
mendigo,o que fora proibido pela justiça,a pedido da Igreja Católica.
Outros nomes se firmam
no cenário do carnaval, mas quase sempre oriundos da Escola Nacional de Belas
Artes, discípulos de Fernando Pamplona, como Max Lopes, considerado o mago das
cores, Renato Lage com seu inconfundível "estilo high-tech", adepto
de efeitos em luz e neon, marcou época na Mocidade Independente onde conquistou
vários títulos, Rosa Magalhães que se notabilizou pelo seu estilo que alia
modernidade e luxo barroco, apresentado na Imperatriz, que foi várias vezes
campeã neste período, são os maiores destaques dessa época.
A estrutura majestosa
do Sambódromo com suas arquibancadas muito altas e distantes da pista de
desfiles, recebia críticas de não permitir a interação do público com as
escolas, mas isso acaba sendo desfeito e assim vários desfiles apoteóticos com
intensa participação do público como os campeonatos conquistados pela Vila
Isabel em 1988 com Kizomba - festa da raça,que é considerado um dos mais belos
samba-enredo da história do carnaval, em 1992 a Estácio de Sá com Paulicéia
desvairada, 70 anos de Modernismo no Brasil o público das arquibancadas
moveu-se no ritmo de sua marcante bateria, no ano seguinte 1993 o Salgueiro com
o antológico Peguei um ita no norte, em 1997 a Viradouro com Trevas ! Luz!
A explosão do universo de Joãosinho Trinta, Mestre Jorjão faz o delírio do
público ao introduzir na bateria elementos do funk carioca.
Anos 2000 - Criação de
mais uma liga e a "Era Paulo Barros"
O desfile das escolas
de samba entra no século XXI, como o maior espetáculo do planeta, seja em
número de participantes ou como receita, e apesar de algumas previsões
pessimistas de que as escolas haviam saturado, os desfiles procuram se renovar.
A Beija-Flor, que tanto efetivou o conceito de carnavalesco, substituiu esse
personagem por uma comissão de carnaval, que consiste numa divisão de tarefas,
num processo de criação coletiva e associada, obtendo sucesso com seus
desfiles. Porém, a repetição da estética e de temas,saturou em pouco tempo o
desfile da escola de Nilopólis.
Ao mesmo tempo surge
Paulo Barros. O carnavalesco surpreende em 2004 na Unidos da Tijuca, com uma
estética diferente, usando materiais alternativos e baratos, além de alegorias
"vivas", teatralizadas, como o já histórico carro do DNA. Em 2007, já
na Viradouro, inova novamente com a bateria subindo em um carro alegórico em
pleno desfile.
Polêmico, Paulo Barros
iniciou uma nova era no Carnaval. Em vez de componentes cantando o samba, usa e
abusa de coreografias e alas ensaiadas, lembrando espetáculos teatrais. Em vez
dos tradicionais pierrôs, colombinas, negros, índios e arlequins, prefere alas
com figuras da cultura pop como Batman, Homem-Aranha e Michael Jackson. Seus
enredos também fogem ao tradicional, deixando de contar uma história em forma
de samba para tratar apenas de determinado tema ("Ciência",
"Arrepio", "Segredo", "Música").
Apesar da empatia
imediata com o público, Barros recebe sempre muitas críticas dos adeptos do
Carnaval tradicional. Já seus defensores, que o chamam de "gênio",
dizem que Joãosinho Trinta também foi muito criticado, hoje é exaltado como o
homem que mudou o Carnaval. Para seus defensores, Barros será aclamado no
futuro como o carnavalesco que reinventou o Carnaval moderno.
A partir de 2006 o
Carnaval do Rio de Janeiro conta com um novo atrativo. É a Cidade do Samba.
Construída próxima ao Sambódromo da Rua Marquês de Sapucaí, a Cidade do Samba
reúne os barracões das principais escolas de samba do carnaval do Rio de
Janeiro e já provoca mudanças na estrutura do carnaval carioca.
Ao mesmo tempo em que
isso acontecia a direção das escolas de samba do segundo grupo resolvem
organizar seus desfiles e criam a Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso
(LESGA) em 2008, formada pelas dez escolas do grupo, que rompiam com a
Associação das Escolas de Samba, por entenderem que nas assembleias tinham o
mesmo peso das chamadas escolas menores. A LESGA passou a englobar as escolas
do Grupo B. enquanto as escolas dos Grupos C, D e E continuaram sobre a
responsabilidade da AESCRJ.
Em 2010 o desfile
passou por mudanças no número de jurados: de quarenta passa a cinquenta, sendo
descartada a maior e menor do quesito, num sistema semelhante ao adotado há
dois anos em São Paulo, além da mudança da apuração do grupo de acesso que era
na quarta feira de cinzas depois do Grupo Especial, passando para terça-feira
de carnaval.
E depois de vários
anos, sem sair do papel o Grupo de Acesso ganhará após três anos a Cidade do
Samba 2 nos mesmos moldes da de mesmo
nome. na qual reunirá os barracões das escolas de samba dos grupos de acesso A
e B. Isso é resultado da revitalização da Zona Portuária para os próximos grandes
eventos na cidade.
Em 2011, não houve
rebaixamento de nenhuma escola para o Grupo de acesso, entretanto apenas a
Campeã subiu para o Grupo Especial. No ano de 2012, duas Escolas do Grupo
Especial serão rebaixadas para o acesso. Isso foi resultado do grande incêndio
ocorrido na Cidade do Samba (RJ), afetando 3 escolas de samba: Portela, Grande
Rio e União da Ilha; sendo a Grande Rio mais afetada, que perdeu 100% das
alegorias e 85% das fantasias queimadas. Em reunião na sede da LIESA, ficou
estabelecido para toda a imprensa que a três iriam desfilar mas não seriam
julgadas; ou seja, foram 'Hors-Concours' e as demais escolas de samba
desfilaram e foram julgadas,e no entanto nenhuma foi rebaixada
Em 2012, o desfile
passa por mudanças no número de jurados: voltando para quarenta, sendo
descartada a menor do quesito, que terão em subquesitos, como: mestre-sala e
porta-bandeira, comissão de frente, alegorias e adereços, fantasias
samba-enredo e enredo e com a nota mínima que subiu de 8 para 9 .
Após o carnaval 2012,
devido a quebra de contrato, a então LESGA deixou de gerir o desfile do grupo
de aces . A LESGA foi reformulada e foi realizada uma nova eleição, onde se
definiu a nova direção da entidade. sendo que após isso, ficou estabelecido que
passaria a se chamar LIERJ, e foram feitas várias alterações no funcionamento
da entidade. Além, da criação da Série , que era anteriomente batzado de
"Série Ouro" , na qual, era apenas se configurava como
"projeto" e se consolidou após um entendimento com as outras ligas e
o poder público.
Transmissão Grupo Especial, acesso
e campeãs
Desde o final dos anos
70, a Rede Globo transmite os desfiles do Grupo Especial, os quais em meados
dos anos 80 até o final da década de 90 dividia com a Manchete, com apenas três
exceções do 1984, quando a Manchete conseguiu a exclusividade do desfile apenas
naquele ano, e de 1988 e 1993, quando a Manchete não possuía verba suficiente
para adquirir os direitos de transmissão. Com a falência da Manchete, a Globo
detém desde 2000 os direitos com exclusividade do Especial. Já o Acesso, que
era exibido há bastante tempo pela Manchete, passa a ser da CNT. Com o
surgimento da LESGA, a emissora continuou exibindo, mas de forma independente.
Em 2010, o contrato do Grupo de Acesso foi negociado juntamente com o do Grupo
Especial e assim o desfile do grupo de acesso foi repassado para Rede
Bandeirantes , tendo em 2011 sido renovado o contrato com a Globo por mais
quatro anos e continuando sendo exibido pela Rede Bandeirantes .
No carnaval de 2012, os
desfiles do grupo A foram preteridos pela Bandeirantes, em detrimento da
transmissão do carnaval baiano. A Lesga e a Rede Globo rescindiram o contrato
com a Bandeirantes e repassaram para o SBT, que além disso transmitiu o desfile
das campeãs. Em 2013, a Globo transmitiu desfiles do Grupo de Acesso para o
estado do Rio de Janeiro, que passa a se chamar Série e nesse ano, devido ter o direito de
transmissão, a Globo não repassou pra nenhuma TV. o que resultou na não
transmissão do desfile das campeãs
Em 2014, assim como no
ano anterior. a Globo não repassará a nenhuma outra emissora, entretanto o
desfile das campeãs será transmitido pelo canal a cabo VIVA.21.
Transmissão da TVG Rio
dos Desfiles das Escolas de Samba da Intendente Magalhães
Internet e os outros desfiles
Existiu a possibilidade
de os desfiles dos Grupos da AESCRJ, serem transmitidos pela Record , o quê no
entanto, foi descartada. tendo agora a NGT adquirido esses direitos, mas após
divergências entre a troca do dia de desfile, não terá televisionamento dos
desfile dos Grupo B. os desfiles das escolas de samba mirins que já tem sendo
transmitido em flashes pela TV Brasil. há uma grande oportunidade de a mesma
emissora de tv transmitir-lós por completo, no ano de 2015 Pela internet, os
direitos eram da Rádio Tupi, que exibia a transmissão dos desfiles das escolas
mirins e do grupo B, além de ter exibido, mesmo com transmissão pela TV aberta,
o desfile do grupo A e da TV GRIO, com os desfiles realizados na Intendente
Magalhães.
Carnaval da Cidade do Rio de Janeiro
O Carnaval do Rio de Janeiro é considerado o maior carnaval do mundo, homologado pelo Livro dos Recordes. Constitui-se de uma manifestação cultural e festa popular mundialmente famosa e uma celebração constituída por diferentes tipos de manifestações, como desfiles de escola de samba, bailes de carnaval e os blocos e bandas de rua. Também se caracteriza pela irreverência, pelos blocos de rua com nomes que possuem duplo sentido e pela diversidade.
Atualmente, o carnaval
de rua da cidade é cerca de cinco vezes maior que os festejos realizados pelas
escolas de samba e apresenta-se como um evento multifacetado, possuindo: blocos
dos mais variados ritmos, como samba, marchinhas, ritmos nordestinos, entre
outros; e blocos temáticos que tocam de Mamonas Assassinas a Beatles.1
Após um período de
decadência dos festejos de rua, quando o carnaval da cidade resumia-se
praticamente aos desfiles das escolas de samba, o carnaval dos blocos e bandas
de rua voltou a crescer, entrando oficialmente para o Guinness Book
O Rio de Janeiro é a
cidade que, podemos dizer, tem mais tradição quando o assunto é blocos de rua.
Desde meados do século 19, as pessoas saiam às ruas na cidade maravilhosa para
se divertir e pular o carnaval em qualquer tipo de organização (ou desorganização).
Nos anos 30, o prefeito
Pedro Ernesto oficializou o Carnaval carioca. E a partir daí, a cidade passou a
brincar também em grupos de categorias separadas, como blocos, ranchos,
cordões, Zé Pereiras, corso e sociedades. Grupos mais organizados e com muitos
participantes.
Atualmente, o carnaval
popular da cidade tem nos blocos Cordão da Bola Preta, Banda de Ipanema,
Cacique de Ramos, Suvaco do Cristo, Simpatia É Quase Amor, Bangalafumenga,
Orquestra Voadora, Carmelitas, Afroreggae, Bloco da Preta e Monobloco alguns de
seus maiores expoentes no século 21 e conta com mais de 450 blocos oficiais.
Nomes engraçados e de
duplo sentido
Característica marcante
do carnaval de rua do Rio, os nomes engraçados e de duplo sentido chamam
atenção, como é o caso dos blocos: Enxota Que Eu Vou; Xupa Mas Não Baba;
Rola Preguiçosa Tarda Mas Não Falha; Senta Que Eu Empurro; Pinta Mas Não Borra;
Apertado Mas Entra; Melhor Ser Bêbado do Que Ser Corno; É Mole, Mas Estica!;
Parei de Mentir, Não de Beber; Virilha de Minhoca; e Deixa a Língua no Varal.
Com o ressurgimento do
carnaval de rua carioca veio também uma intensa diversificação musical e
cultural em geral, o que pode ser observado no aparecimento dos "blocos
temáticos", que surgem como característica marcante da festa, a exemplo
dos blocos: Sargento Pimenta, que desfila ao som de Beatles; Pra Iaiá, composto
exclusivamente por fãs e ex-músicos do grupo musical Los Hermanos; Terreirada
Cearense, que tem como foco a música de raiz do Nordeste; Rio Maracatu, que
entoa ritmos pernambucanos; do Super Mario Bloco, bloco nerd fundado em 2012; e
do Thriller elétrico, que reúne fãs do cantor Michael Jackson.
Em 2015, surgiram os
blocos: Brasília Amarela, que faz homenagem aos Mamonas Assassinas; Match
Comigo, inspirado no aplicativo para smartphones conhecido como
"Tinder"; e o Pega no Meu Pau de Selfie e Balança, cuja inspiração
veio da febre dos chamados "paus de selfie".
Marchinhas - Patrimônio
Imaterial do Rio
Em 2015, época dos 450
anos da cidade, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) passou a
reconhecer as marchinhas de carnaval como patrimônio imaterial Rio de Janeiro,
por considerá-las uma manifestação tipicamente carioca e um gênero musical que
se popularizou por todo o país, contribuindo para o legado de diversos artistas
e ajudando a construir a identidade carnavalesca carioca e nacional.
Cordão da Bola Preta
No ano de 1918, surge o
famoso Cordão da Bola Preta, que, segundo muitos afirmam, nunca foi um
"cordão" propriamente dito, mas um bloco cuja finalidade e missão
contida em seus estatutos era revigorar e reviver as tradições dos antigos
"cordões" que haviam desaparecido.1
O bloco tem em sua
marcha, a "Marcha do Cordão da Bola Preta", uma das mais famosas e
emblemáticas músicas do carnaval brasileiro, eternizada pelos versos "Quem
não chora, não mama":
O Cordão da Bola Preta
foi fundado por Álvaro Gomes de Oliveira (também conhecido como
"Caveirinha"), Francisco Brício Filho (Chico Brício), Eugênio
Ferreira, João Torres e os três irmãos Oliveira Roxo, Jair, Joel e Arquimedes
Guimarães, no ano de 1918. Caveirinha teria dado o nome ao bloco ao ver passar
uma linda mulher com vestido branco com bolas pretas.
Em 2012, o bloco
carioca arrastou, segundo estimativas da polícia militar, um público aproximado
de 2,3 milhões de pessoas pelas ruas do centro do Rio, o que teria feito o
bloco, de acordo com os organizadores do desfile e de parte da mídia, tomar
informalmente, do Galo da Madrugada (de Recife), o título de maior bloco de
carnaval do mundo, dando início, assim, a uma rivalidade entre as duas
agremiações.
Nos anos 2000, o
carnaval de rua do Rio de Janeiro voltou a crescer, sendo homologado
oficialmente pelo Guinness Book (o Livro dos Records), em 2004, como sendo o
maior carnaval do mundo, com aproximadamente 2 milhões de pessoas por dia e um
número de 400 mil visitantes estrangeiros.
Em 2014, de acordo com
dados da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), o carnaval
de rua da cidade teria levado mais de 5 milhões de foliões às ruas, dos quais,
destes, 918 mil seriam turistas, mas sem especificar exatamente a quantidade de
estrangeiros. Teria, também, movimentado cerca de 2 bilhões de reais na
economia local
Fonte : Wikipédia
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